Sunday, February 24, 2008

Método Fátima Toledo

No primeiro dia segurei bexigas no ar, atenta para que não caíssem no chão. Depois, encumbiram-me da tarefa de estourá-las. Então eu o fiz.
No segundo dia me negaram um abraço... me desesperei. Chorei, esperneei, enraiveci. Chorei de novo, até cansar...
Tive que agredir e ser agredida. Tapas na cara dóem, puxões de cabelo também. Tarefa nem sempre agradável essa de agredir. Mas memso assim o fiz.
Conquistei hematomas pelo corpo. Me joguei, de cabeça... sem saber onde ia dar.
Todo processo tem um início, meio e fim. Esse teve um início desconfiado, um meio de entrega e o fim com gosto de mais.
Quem sabe em breve?
Volto pro Rio. Mas já sem hematomas...

Postagem atrasada.De outro dia.

Lágrima: brota no canto olho.. tímida, envergonhada.
Coração: acelera, querendo sair pela boca. Tempo.
Grito: cresce dentro em mim. Engulo. Ecoa... pra dentro.
Sangue: fervilha entrando em ebulição.
Olhos: ardem e se lavam.
Voz: Falta.
Corpo: Cansa.
Sono: Vem e me leva....

Pensamentos soltos.

Saudade amontoada.

O álcool entra e a verdade sai.

"Não é?"

Amores amigos na Tailândia.

Hematomas pelo corpo. Sumindo...

Rio. Volta. Casa. Cama. Mãe. Puga. Pão de Açúcar e sol da manhã.

Desejo - Necessidade-Vontade.

Busca contínua.

Paz.

Pacato ou Gato-guerreiro?

Disseram-me esses dias para que eu observasse minhas máscaras. Difícil... mas eu observo. Observo em meio à névoa dos pensamentos, a embaçadez da vista míope, tentando achá-la, essa tal máscara.
Pois bem... Confesso. Não sou tão forte assim. A fortaleza que externalizo esconde uma sala de vidro, cheia de cristais. A leoa não passa de uma gata manhosa, dengosa, que ou se entrega aos carinhos afagos dos que conquistam sua confiança, ou mostra as unhas e os dentes eriçando os pelos preparando-se para o ataque-defesa.
É isso. A leoa não passa de uma gata. Assim como o "gato-guerreiro" não passa de um tigre medroso chamado Pacato.

Monday, February 18, 2008


Dançar à dois é uma arte.

No vai e vem da música, entre piruetas e rodopios,

se você perde a contagem, sai do compasso.

O tal do dois pra lá, dois pra cá nem sempre é tão fácil.

Na dança só se deve dar um passo se o companheiro também o der,

se não corre-se o riso de pisar no seu pé, coisa desagradável não é?

Rimas à parte, caso isso aconteça, o melhor é parar a dança. Recomenda-se que se for o caso, seu companheiro a segure firme pela cintura, levando-a num leve e delicado andar, até novamente voltar a acertar o tal do dois pra lá, dois pra cá.

Então, se os dois conseguirem retomar o compasso, que continuem juntos rodopiando pelo salão,

concentrando-se e olhando nos olhos, sentindo ambos a pulsação...

Um, dois,

Um, dois...


Revelação em P&B.


Às vezes eu sou assim... meio colorida, meio preto e branco,
meio sorriso, meio lágrimas.
Meio sol, meio chuva, às vezes até casamento de viúva. ( Com arco-íris pra complementar.)
Às vezes quero ir, às vezes páro, estagnada e estarrecida sem saber pra onde ir...
Não raro fico assim, confusa e ansiosa,
um pouco gata manhosa querendo colo e uma cama pra deitar.
Às vezes, quando o sorriso brota tímido de um cantinho da boca, toma a alma e me anima e me faz seguir em frente, um pouco insegura talvez, mas contente.
À vezes a melancolia bate forte, como hoje nessa tarde chuvosa, trazendo velhos pensamentos esquecidos em alguma prateleira da estante, me fazendo calar.
Às vezes fico assim, duvidosa, dividida, meio-a-meio...
E às vezes a foto preto e branco capta minha alma, revela-me a mim mesma, quando quero me encontrar...
Às vezes...

Thursday, February 07, 2008

A trilha certa!

Eu amo música e não vivo sem, isso é fato! E no meu modo de perceber as coisas, percebo que existe uma trilha sonora pra tudo! Nossas moléculas se movem de acordo com a vibração da música que ouvimos.
Já pararam pra perceber, que sempre naquele momento do clímax do filme, aonde o assassino está prestes a alcançar a moçinha, entra uma música acelerada, arrepiante pra nos deixar ainda mais com os nervos a flor da pele e acabar com as cutículas da unha???
Da mesma forma, naquele momento mágico do casal protagonista, onde depois de tantos desencontros, seus olhares se cruzam ao longe e por instantes temos a sensação de que o mundo ao redor deles parou de existir, já preceberam que sempre entra uma música baixinha que vai aumentando para explodir à medida que eles correm em câmera lenta em direção um dou outro? Ai ai! A forma que os cabelos dela voam quando ele a gira no ar...
Então. Para todos os momentos da vida existe uma trilha sonora perfeita! A trilha sonora deve ser perfeita, afinal ela pode tanto tornar um momento especial inesquecível quanto acabar com ele...
A trilha sonora deve ser cuidada com carinho e cautela, é um ítem importantíssimo! Prova disso é que existe uma categoria no Oscar todinha dedicada à ela. Trilha de romance, de suspense, de aventura, trilha pra fazer rir e chorar...
No momento atual, estou com uma trilha sonora "fossa". Como sou uma pessoa um pouco extremista em alguns casos, se estou triste, ponho uma música mais triste ainda, daquelas de cortar os pulsos, só pra intensificar a dor e a angústia e chorar todas as lágrimas possíveis até esgotar todo o reservatório lacrimal do organismo... Dessa forma vivo o momento fossa até o fim, com todas as minhas forças, choro tudo o que preciso até naum ter mais o que chorar. Até aquilo ficar ridículo e patético e eu poder rir de mim mesma naquele estado deplorável.
Sei, pode parecer que sou 8 ou 80, e talvez eu seja mesmo, mas e daí?
Quem nunca se embriagou com um vinho de quinta ouvindo Maysa, Maria Creusa, Lupcíneo ou Cauby, que me atire a primeira pedra! E que se eu cair, que caia com classe e em câmera lenta ao som do melhor da fossa!
Porque "você há de rolar como as pedras que rolam na estrada, sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar..."
E tenho dito!

Wednesday, February 06, 2008

O depois.


"Estava à toa na vida, o meu amor me chamou, pra ver a banda passar cantando coisas de amor...

.. e lá fui eu, foliã saltitante pular carnaval naquela terra distante! Terra de encantos e orixás, de sol, de sal, de mar. De mistura de cores, cheiros, sabores.

Cabelo preso, flor no cabelo, bebida na mão, samba no pé, sorriso no rosto e na alma, pronta pra me jogar de cabeça e renascer na quarta-feira de cinzas!

Carnaval é festa do povo, da alegria, da euforia- às vezes um pouco desmedida- mas é festa pra se pular! Pra se jogar!

No carnaval não tem rico e nem pobre, todo mundo é nobre! Todos pulando no mesmo pulsar!

No carnaval tem pierrot e colombina, tem um folião em cada esquina, muito confete e serpentina pra enfeitar a vida que se leva, cada dia mais difícil de levar...

No carnaval as esperanças se renovam e as energias se recarregam para o ano que vai começar...

... mas para meu desencanto o que era doce acabou, tudo tomou seu lugar depois que a banda passou. E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor, depois da banda passar, cantando coisas de amor..."


O penúltimo da prateleira.

Tem uma autora que eu gosto muito e tenho lido muito ultimamente - já estou indo pro quarto livro dela- que tem me feito refletir sobre várias questões e me poupado gastos com o analista: Martha Medeiros!
Pra quem não conhece -mas deveria muito conhecer!- ela é uma autora gaúcha bastante interessante, já escreveu vários livros e algumas peças de teatro, umas delas inclusive indicada ao prêmio shell de melhor atriz pela interpretação de Lília Cabral. A Martha escreve muito sobre a vida, fatos cotidianos e principalmente sobre relacionamentos, parte que mais gosto...
É impressionante como algumas coisas só ficam claras depois q os relacionamentos acabam. Às vezes são coisas super gritantes, mas a gente só se dá conta depois do fim.
E eu tô aqui agora, no conforto da minha cama de casal- que não tem um casal- ouvindo Chico e a seguinte frase de uma de suas músicas: " Devolva o Neruda que você me roubou e nunca leu"... Mera coicidência? Talvez...
Vá lá, não era um Neruda, mas era um puta livro difícil de achar, em perfeitas condições, pinçado duma pilha imensa e empoeirada de um sebo. Raridade!
E eu cá com meus botões concluo o seguinte: o pior do términos dos relacionamentos são os livros e cds que não veremos mais!!! Porque há de se convir que livro é uma coisa que a gente não pede devolta! Ou a pessoa tem o cimancol e devolve, ou "aurrevoir mon chéri", ou perdeu um livro pra sempre.
Pode parecer que a minha conclusão é um pouco exagerada, e talvez até seja, mas que era raridade era...

A hora do "sim".



Diz o ditado popular que "os olhos são o espelho da alma". Não preciso dizer que concordo.

Os nossos não escondem nada, deixam tudo transparente, estampado pra quem quiser ver...

A menina dos nossos olhares estava todo o tempo lado a lado. Tudo foi realçado naquele fim de tarde chuvoso que ficou pra sempre eternizado naquele click em preto e branco, onde o branco dos nossos vestidos foi manchado pelo borrado das nossas maquiagens, pelo amasso dos nossos abraços... Já faz algum tempo, é bem verdade, mas parece que foi ontem. O espaço de vocês permanece e o calor dos abraços ainda aquece... e vai aquecer ainda por um bom tempo esse coração que foi tomado de supetão pela candura de seus sorrisos...

Assim eu renovo meus votos e digo: " Sim, eu aceito!"